Teia da Lua

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Roda de Rapé. Teia da Lua. Culturas ameríndias. Porto Alegre

Teia da Lua

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Roda de Rapé. Teia da Lua. Culturas ameríndias. Porto Alegre

Álbum

Teia da Lua

 

E num impulso a inércia se esvai ; um respiro - um respingo - de natureza e conexão.

Antes do banho de rio para harmonizar a temperatura, ao fim de um dia de trabalho para relaxar, um ato para limpar o corpo e a alma de tudo que excede, como passo de um ritual para se conectar com outros mundos. Para oferecer aos guardiões, para evocar o Plano Espiritual: Medicina da Floresta que traz junto rodas de saberes e conversas xamânicas.

Tabaco, ervas, cinzas de árvores e raízes: moídos até fino pó que se guarda em caixinhas que viajam mundos. Dos Huni Kuin e Yawanawa no Norte do Brasil, mas também de tantos povos que têm suas receitas e misturas e costumes, o Rapé é preparado com esmero e dedicação por diversas culturas ameríndias.

Do Tipí pessoal - um artefato feito com bambu oco e ornamentado segundo as crenças e visões do artista que o cria -, a inalação. Ou também pode ser soprado por um pajé ou líder espiritual, do Tipí mais longo e coletivo, para a narina de quem o toma. Do ar de um pulmão, dos pensamentos de quem conduz a energia… o vento que circula com a possibilidade de renovar espíritos também pode poluir dias. Da intenção ao sopro, o remédio se concretiza no contato entre duas vidas.

Fumaça. Estímulo. Espirros. Pigarros. Energia. Transe

A imediata sensação do despertar de uma vitalidade que estava contida em algum lugar do corpo ou da alma. São de cinco a dez minutos de potência por inalada.

De volta de imersões às florestas indígenas, muitos foram os que se tornaram ponte entre os interiores e as cidades: gente-passagem de sabedoria ancestral que leva a cor da terra e o cheiro do mato de seus caminhos para colorir paisagens urbanas.

Inspiração. Reconexão. Prazer

Na Teia da Lua, coletivo formado por três mulheres em Porto Alegre, capital do estado mais ao Sul do Brasil (O Rio Grande do Sul), as Rodas de Rapé são um entre vários encontros que acontecem com a vontade de retomar o Sagrado, o Natural e o Feminino nos dias da cidade.

Chama acesa no centro, corações e intenções em roda. Das viagens ao Norte do Brasil, as sacerdotisas urbanas trazem o saber e o fazer Rapé: entoam os cantos dos povos ameríndios, interpretam canções que também estão no meio do caminho entre os idiomas nativos e o português. Têm a bênção dos Xamãs das florestas para energizar os que procuram formas de despertar entre o concreto.

Convidam a uma dança de ares, a um enebriar de certezas. No pulmão limpo, nos convidam a procurar uma nova fonte de força.

Inspira. Acorda ! 

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